14 de janeiro de 2014

Porta dos Fundos: quando o humor se torna ofensivo

Porta dos Fundos: quando o humor se torna ofensivo
O vídeo produzido pelo grupo Porta dos Fundos, intitulado Especial de Natal, possui mais de 4 milhões de visualizações no youtube. O vídeo em questão tem gerado inúmeras polêmicas no meio cristão. O Cardeal Dom Odilo Scherer fez um pronunciamento na rede social Twitter dirigindo-se aos integrantes do grupo Porta dos Fundos: “@vanderluciosz @portadosfundos @FabioPorchat - será que isso é humor? Ou é intolerância religiosa travestida de humor? Péssimo mau gosto!” (@DomOdiloScherer. 5 de janeiro de 2013). A cervejaria que patrocina as produções do programa também se manifestou: ““Nossa Constituição Federal fixa a liberdade de expressão, impondo limites ao se atingir liberdades e direitos alheios, respondendo cada um por seus atos. O Grupo Petrópolis respeita esses direitos, assim como respeita os princípios de fé de manifestação religiosa de todos. Dessa forma, o Grupo Petrópolis não endossa e não apoia qualquer manifestação que venha a atingir esses valores religiosos que se tem como sagrados. Portanto, na recente veiculação do programa “Especial de Natal”, do humorístico “Porta dos Fundos”, o Grupo Petrópolis, além de não ter previamente mantido qualquer tipo de contato com seu conteúdo, ainda, não admite que suas marcas sejam relacionadas com tais manifestações, pois não representa o pensamento de seus Diretores. O Grupo Petrópolis aproveita a oportunidade para manifestar o seu mais profundo respeito por todas as manifestações religiosas”.

Há dois tipos de humor: o saudável e o ofensivo. O saudável nos faz rir sem agredir as convicções que temos e respeita o ser humano e suas crenças. O ofensivo gera mal estar, agride o ser humano e suas crenças. Na vida há limites que devem ser respeitados. Quando ultrapassa-se o limite do respeito ao ser humano ou as suas convicções religiosas, entramos no campo da agressão seja ela moral ou religiosa.

Ninguém é obrigado a crer em Jesus ou nos ensinamentos bíblicos. No entanto, faz-se necessário respeitar aqueles que acreditam. Crer é uma questão de fé. Em participação no programa Na Moral, na rede Globo de televisão, um dos membros do Porta dos Fundos afirma não ter religião. Ninguém é obrigado a ter religião, mas é sim obrigado a respeitar quem tem e acredita em Deus.

O Porta dos Fundos demonstra claramente o desrespeito e intolerância por quem acredita em Jesus Cristo e nos princípios bíblicos. Em vídeos publicados integrantes do grupo falam abertamente sobre tal assunto. Uma liberdade sem limites é prejudicial, pois agride o outro, no caso do Porta dos Fundos agride a crença religiosa dos cristãos.

É preciso discutirmos de modo adulto e coerente os limites da liberdade dentro do meio humorístico. Não será promovendo cruzadas santas e troca de elogios grosseiros que chegaremos a uma reflexão séria sobre o assunto em questão. Se nos igualarmos ao nível daqueles que não nos respeitam nos tornamos iguais ou piores que eles.

Padre Flávio Sobreiro
Colunista do blog Evangelizando.(+ artigos)
Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). Estudou filosofia na PUC Campinas e teologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre. Site: http://www.padreflaviosobreiro.com



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