Blog Evangelizando
(ZENIT) - São cada vez mais os apelos de sacerdotes e bispos da República Centro-Africana, face à gravidade da situação que se vive no país controlado pela milícia islâmica Séléka* desde 24 de Março.
O Arcebispo de Bangui, Dieudonné Nzapalainga, denunciou, na homilia do passado domingo, 21 de Julho, a necessidade de o mundo agir em defesa das populações inocentes. “Não me posso calar quando os filhos deste país são vítimas da mais horrível barbárie. Não me posso calar quando se torturam e matam os centro-africanos. Não me posso calar quando as nossas irmãs e as nossas mães são violadas. Não me posso calar quando se consagra a impunidade e se impõe a ditadura das armas”.
Nzapalainga, que recebeu o pálio das mãos do Papa Francisco no passado dia 26 de Junho, tal como outros 33 arcebispos de todo o mundo, como D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, aproveitou também essa missa de acção de graças para pedir aos cristãos do mundo inteiro que não desistam de pedir a paz para o seu país.
Também D. Juan José Aguirre, Bispo de Bangassou, tem denunciado a situação gravíssima que se vive na República Centro-Africana. “Já nos roubaram tudo, menos a fé”, afirmou.
De norte a sul do país, o retrato é esmagador. Igrejas pilhadas e profanadas, destruição de capelas, casas paroquiais, colégios, notícias de violações sistemáticas de mulheres e raparigas, o medo espalhado por todas as aldeias.
Desde que a milícia islâmica obrigou o presidente a fugir do próprio país, calcula-se que, pelo menos, 250 mil pessoas tenham já abandonado as suas casas à procura de refúgio nos países da região.
Além da Jornada Internacional de Oração, a Fundação AIS disponibilizou ajuda de emergência que se destinou prioritariamente à alimentação, alojamento e compra de medicamentos.
Para materializar o apoio imprescindível aos cristãos que sofrem na República Centro-Africana, a Fundação AIS apela, através desta Campanha de Verão, à generosidade dos benfeitores e amigos da Instituição. A ajuda de todos fará, certamente, a diferença. Não devemos ficar indiferentes ao que se passa na República Centro-Africana.
*Séléka quer dizer “Aliança”, na língua Sango. Este movimento foi formado pela fusão de seis grupos muçulmanos rebeldes do Sudão, Chade, Darfur e África Central. Embora os muçulmanos sejam apenas 15% de uma população de 4 milhões, a intenção é considerar todos os que não são muçulmanos como “dhimmis”, isto é, cidadãos de 2ª classe com direitos reduzidos. Este é um objectivo a ser atingido por meio da violência e do terror. O primeiro passo é acabar com a evangelização. E por essa razão roubam os automóveis, os computadores e os telefones, para impedir qualquer tipo de comunicação.
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