Blog Evangelizando!
No próximo dia 06 de junho, quinta-feira, o clero de nossa Arquidiocese se reunirá na Igreja Santuário de Santana, no centro da cidade, para a Hora Santa em favor da santificação do clero.
O povo de Deus, em suas comunidades, capelanias e paróquias, no dia 07 de junho, em consonância com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, é vivamente convidado para participar da Hora Santa pela santificação dos sacerdotes, particularmente, pelos padres que trabalham em seus respectivos territórios paroquiais e por aqueles outros que, também, de maneira eficaz exercem o seu múnus sacerdotal na multiformidade de atividades eclesiais como nos Seminários, nas Capelanias, nos Mosteiros, nos Tribunais, nas Academias e em todos os setores da vida eclesial da Igreja Católica.
Por ocasião da próxima solenidade do Sagrado Coração de Jesus, em 7 de junho de 2013, na qual celebramos a Jornada Mundial de Oração pela santificação dos Sacerdotes, busquemos no Sagrado Coração de Jesus a força necessária para vivermos dignamente o nosso ministério sacerdotal, na santidade, permitindo que Cristo aja em nós e em nossas atitudes, que sejam as suas, com o vigor do Espírito Santo. O nosso ministério é um serviço indispensável para a Igreja e para o mundo e requer de nós fidelidade plena a Cristo e incessante união com Ele. Assim, servindo humildemente, somos guias que conduzem à santidade os fiéis confiados ao nosso ministério. Desse modo, reproduz-se em nossa vida o desejo expresso por Jesus mesmo, na oração sacerdotal, depois da instituição da Eucaristia: “Eu peço por eles; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (...). Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno (...). Consagra-os com a verdade, (...) em favor deles eu me consagro, a fim de que também eles sejam consagrados com a verdade” (Jo 17,9.15.17.19).
Dentro do contexto do Ano da Fé somos chamados, como pastores da Igreja a conduzir os homens fora do "deserto", rumo à comunhão com o Filho de Deus, que é vida para a mundo. Vamos reviver a graça da qual somos chamados, redescobrindo a fé na sua integralidade e em todo o seu fascínio, particularmente neste desafio que nos é colocado da profunda crise de fé que atinge a muitas pessoas.
O sacerdote é o primeiro homem a demonstrar que, como "homo dei" é "homem de fé", nos preparando para guiar nossas comunidades e fiéis a um vivo e decidido amadurecimento da fé. Por isso o sacerdote, como "alter Christus", deve jorrar rios de água vida, na medida em que ele bebe com fé as palavras de Nosso Senhor, abrindo-se à graça do Espírito Santo.
Por isso mesmo são aturais as palavras do Papa Francisco: “O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco – não digo ‘nada’, porque, graças a Deus, o povo nos rouba a unção –, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. A diferença é bem conhecida de todos: o intermediário e o gestor ‘já receberam a sua recompensa’. É que, não colocando em jogo a pele e o próprio coração, não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; e daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por viver tristes, padres tristes, e transformados numa espécie de colecionadores de antiguidades ou então de novidades, em vez de serem pastores com o ‘cheiro das ovelhas’ – isto vo-lo peço: sede pastores com o ‘cheiro das ovelhas’, que se sinta este –, serem pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens.” ( Homilia da Santa Missa crismal, 28 de março de 2013).
O Papa Francisco nos convocou a sermos pastores "com cheiro" das ovelhas, saindo da paralisia que,infelizmente, atinge a muitos, para irmos para as periferias, subir os morros e conviver em todas as realidades distantes pregando a Boa Notícia de Jesus a todos os homens.
O sacerdote deve ser testemunha da vida que brota do Ressuscitado. A autenticidade e a credibilidade da ação presbiteral passa pelo autêntico testemunho de vida. Nossos sacerdotes devem viver a santidade de vida e de estado e, acima de tudo, devem ser missionários para transmitira a fé e que essa transmissão seja acolhida com alegria pelos fiéis. Nesse sentido os sacerdotes são convidados a tornar mais conhecido o Catecismo da Igreja Católica em suas pregações, em suas catequeses, em formações permanentes para que a fé seja autenticamente transmitida aos nossos fiéis, particularmente neste atual clima de relativismo em que o conhecimento dos enunciados da fé católica deve ser evidenciado e ensinado.
Meus queridos padres: vamos crescer na fé, no contínuo apelo de Jesus e convite da Igreja à conversão a Jesus o único Salvador do mundo, que nos pede uma íntima amizade com Ele, da qual tudo depende o nosso ministério.
Que possamos, como sacerdotes do Altíssimo, celebrar com dignidade e alegria a Santa Eucaristia, principal canal da pedagogia da santidade, atualização do sacrifício da Cruz. Nossas celebrações eucarísticas devem nos levar a um encontro de comunhão com o Ressuscitado e de pertença a Comunidade eclesial, porque o sacerdote deve ser ele mesmo sacramento no mundo.
Por fim, faço um apelo aos sacerdotes que não se descuidem do atendimento das confissões em suas comunidades. Que fique bem claro os dias e horários de atendimento da confissão auricular, tendo em vista que o encontro do penitente com o sacerdote deve ser revestido de toda a alegria própria da conversão e da mudança de vida.
Sejamos sacerdotes santos! Imitemos as virtudes do Santo Cura de Ars. Mais perto de nós procuremos imitar e viver a santidade dos padres diocesanos. Vale a pena, nesta data, refletirmos sobre a santidade do Servo de Deus, Cônego Francisco de Paula Victor, que por mais de cinqüenta anos, santificou pela sua prudência e caridade a Igreja que peregrina em Minas(http://www.padrevictor.com.br/site/index.php?secao=biografia). Este sacerdote negro, que foi muito ridicularizado pela sua cor, não se intimidou, mas santificou os seus fiéis pelo exemplo. Em breve o teremos nas glórias dos altares. Busquemos estes exemplos maiores. Imitemos muitos santos sacerdotes que gastam a sua vida pela santificação dos fiéis. E aos padres que vivem vida irregular que se convertam e busquem o caminho reto de Deus. Rezemos, pois, nas intenções de nossos sacerdotes para que enraizados na ontologia do Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, vivam a santidade e dêem testemunho da alegria de ser católico e de viver a nossa fé.
Dom Orani João Tempesta
Colaborador do Blog Evangelizando
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ). Realizou seus estudos em São Paulo (SP), na Faculdade de Filosofia no Mosteiro de São Bento e no Instituto Teológico Pio XI, dos religiosos salesianos.
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