São Paulo e o Brasil precisam de Dom Odilo Scherer.

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Precisamos de pastores viris. Há tempos que bispos e sacerdotes piedosos vêm lembrando isto. O falecido Dom Eugênio Sales dizia, por exemplo, que o problema da Igreja é de alfaiataria: temos pouca calça e muita renda. É claro que se tratava de uma brincadeira do cardeal, mas não deixa de expressar uma necessidade de nossos tempos. Quando os inimigos da Fé são muitos e estão em todos os lugares – e o tempo todo –, rondando o povo de Deus e ameaçando sua integridade, urge que os sacerdotes tomem uma atitude. “Quem poupa o lobo, sacrifica as ovelhas”, diz um velho adágio. Nada mais verdadeiro.

Por que estou falando disso?

O pessoal do complexo pucusp está em polvorosa. A Santa Sé – de quem a PUC herdou os termos “pontifícia” e “católica” – reconheceu a escolha do cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, em nomear para a reitoria da Universidade a professora Anna Cintra. Mas, vocês sabem como é… Em tempos de hostilidade à religião, repetir com a Tradição católica “Roma locuta, causa finita” não costuma funcionar… Por isso, os universitários decidiram continuar com sua histeria irracional em pedir uma “PUC laica”. É absurdo? Pois é, mas, aparentemente, eles não veem nenhuma incoerência nisto. Estão dentro de uma instituição católica, e querem que ela deixe de sê-la; estudam em uma universidade alinhada à Igreja, mas vociferam, quase com desespero, contra a Cruz, pedindo “laicidade”.

Ora, entendemos muito bem que do argumento de que “o Estado é laico” nossa esquerda anticristã tem usado e abusado. Mas, ainda que negar a interferência da religião no debate público fosse uma posição legitimamente democrática – não é! -, chega a ser cômico ver quererem fazer isto em um ambiente sabidamente religioso, cristão, católico.

Dom Odilo Scherer celebrando a Festa da Cátedra de São Pedro na PUC vem lembrar isto aos laicistas arruaceiros. O cheiro do incenso perfumando a Cruz incomoda quem está habituado a defender a poluição por outro tipo de fumaça (se é que vocês me entendem). Vem lembrar a estes filhos de Woodstock que “Deus não morreu” – e que este pensamento não cabe na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Assistam ao vídeo abaixo. Foi filmado em algum momento antes ou depois do ato litúrgico celebrado na faculdade.

             

O relato de alguém que estava por lá, no momento da gritaria, denota preocupação:

“Confesso, por fim, que em certos momentos temi pela segurança de D. Odilo e dos padres que o seguiam. Os alunos que protestavam, por mais que tentassem fazer um ato com ‘roupagem’ democrática, estavam em postura acintosamente agressiva, tentando impedir com seus cartazes que as pessoas pudessem ver o Cardeal ou se aproximassem dele, pois chegaram 3 horas antes e se posicionaram com essa intenção. Estavam muitíssimo próximos dele (provavelmente o tocavam) e eram uns 200 ao final. E, quando urravam palavras de ordem, pareciam uma turba difícil de controlar e sem muita noção de auto-controle (sic).”

São os arautos da tolerância e democracia, vejam só! Por isso, sou contra chamarem isto que estão fazendo na PUC de “manifestação” (Reinaldo Azevedo também protestou contra o termo, ao se referir ao motim que os simpatizantes de Cuba fizeram durante a recente visita de Yoani Sánchez ao Brasil). Manifestação não. O que estão fazendo na PUC é arruaça mesmo, motim, baderna. Dom Odilo já tomou sua decisão, amparado pelo Estatuto da Universidade. Não adianta espernear. Anna Cintra é reitora da Pontifícia Universidade Católica, goste ou não o complexo pucusp.

Para encerrar, deixe-me voltar à minha ideia primeira – a de que a Igreja precisa de pastores viris. Eu – e outras centenas de católicos em todo o Brasil – consigo ver esta imagem em Dom Odilo Scherer: a de um pastor viril, um homem valente. E os ocorridos deste dia 22 dão testemunho de que este é mesmo um homem de coragem.

Ele será Papa?, perguntam. Frei Rojão responde (e eu subscrevo): “D. Odilo muito provavelmente não será eleito papa no próximo conclave. E comigo dou graças a Deus. São Paulo e o Brasil precisam dele.”

É isto. São Paulo e o Brasil precisam de Dom Odilo e de sua coragem. Força, Eminência!

Fonte: Ecclesia Una