23 de novembro de 2012

‘O Concílio não perdeu a sua atualidade e continua a indicar os rumos da Igreja’


O Concílio Vaticano II (CVII) foi concluído em 1965; mas a sua obra, riquezas e frutos ainda ajudará a Igreja nos próximos anos.

O cinquentenário de sua realização é a ocasião para avaliar os frutos já produzidos; e também para perceber as inevitáveis falhas na aplicação do Concílio, ao longo dos anos.

No Concílio Ecumênico, reunião dos bispos da Igreja Católica com o Papa, são definidas as questões fundamentais da vida da Igreja. Sua referência e sua imagem são sempre a assembleia apostólica de Jerusalém, ainda no início do cristianismo, quando os apóstolos se reuniram para decidir sobre uma questão posta por Paulo e Barnabé, destacados missionários entre os povos pagãos (cf. Atos dos Apóstolos, 15).

O Papa João XXII no seu discurso de inauguração do próprio CVII afirmou que o que mais importa ao concílio ecumênico é que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz.

O Pontífice, Papa João XXII, deixou claro que para que esta doutrina alcance a família e a vida social é necessário primeiramente que a Igreja não se afaste do patrimônio sagrado da Verdade recebido dos seus maiores.

No discurso do Papa Paulo VI na última sessão pública do Concílio Vaticano II, o Pontífice destacou que o Concílio mais do que das verdades divinas, se ocupou principalmente da Igreja, da sua natureza, da sua estrutura, da sua vocação ecumênica, da sua atividade apostólica e missionária.

Os documentos conciliares são exemplos claros do diálogo e da comunhão que se encontrava a assembleia naquele momento. É evidente, portanto, que ali havia uma correspondência, uma unidade, uma comunhão somente possível pela junção da sabedoria teológica, do diálogo e da inspiração divina.
O Papa Bento XVI, na época jovem teólogo, acompanhou, na condição de perito, o seu bispo, o Cardeal de Munique, nos trabalhos conciliares.

Nos dias de hoje, nas responsabilidades de Papa, Bento XVI tem repetido, com João Paulo II, que o Concílio não perdeu a sua atualidade e continua a indicar, de maneira segura, os rumos para a Igreja no século 21.

O bispo de Jales (SP), Dom Demétrio Valentini, acredita que também que atualmente respiramos o clima do Concílio, sem nos dar conta do quanto ele está na origem das mudanças acontecidas na Igreja.

Dom Demétrio cita como exemplo concreto as Diretrizes Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atualizadas a cada quatro anos.

“São a continuidade do primeiro ‘Plano de Pastoral do Conjunto’, que a CNBB elaborou e aprovou durante a última sessão conciliar, em 1965. E assim os diversos ‘planos de pastoral’ existentes hoje a nível de dioceses , paróquias, comunidades e pastorais são decorrência da ‘dinâmica conciliar’, que ainda continua de muitas maneiras”, acrescentou.

Quatro grandes constituições compõem os pilares do Concílio Vaticano II.

Dom Demétrio define quais as principais mudanças trazidas com a constituição sobre a Igreja no mundo de hoje.

“A Gaudim et Spes é o documento que brotou de dentro do Concílio. Ele não estava em nenhum dos 70 esquemas preparatórios, que foram reduzidos a dez ou doze. A Gaudium et Spes foi sendo compilada em seus conteúdos como um novo esquema”, afirmou.

Para o bispo, com esta ‘constituição pastoral’, assim designada por vontade do próprio concílio, a Igreja se mostrou solidária com a humanidade de hoje, assumindo como suas as preocupações e as grandes causas da humanidade.

“Através desta ‘constituição’ a Igreja Católica conquistou seu ‘direto de cidadania’ no mundo de hoje. De tal modo que, em tempo, a Igreja pode atuar no mundo, mesmo que em meio a muitas dificuldades e mesmo contestação de suas posições, mas ela adquiriu o direito de participar da vida concreta dos homens e mulheres de hoje”, finalizou.

Fonte: http://www.a12.com/vaticano2/o-concilio-nao-perdeu-a-sua-atualidade-e-continua-a-indicar-os-rumos-da-igreja/

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