Foi mais uma batalha bem sucedida em defesa da família no Congresso Nacional, em que diversos grupos atuaram no sentido de evitar a inclusão da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação. Mesmo que muitos aspectos desta terrível ideologia antifamília já esteja disseminada nas escolas, o PT queria era constá-la no PNE, justamente para dar legalidade ao que já vendo sendo feito, de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Direitos Humanos, versão 3.
Mesmo assim, as feministas ficaram surpreendidas com a mobilização conservadora, e apesar da pressão que fizeram sobre os deputados da base governista, perderam nesta matéria.
Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo. O Brasil, mais uma vez, mostra aos ideólogos da cultura da morte, que aqui não está tão fácil como eles imaginaram, enfiar goela abaixo o pacote anárquico do feminismo radical, antivida, antifamília e anticristão.
O fato é que houve conscientização e mobilização: tanto no Senado, quanto na Câmara, os deputados e senadores receberam informações e entenderam o que estava por trás dos eufemismos e retóricas, pois em nome da não-discriminação, o que se quer é garantir a ênfase no igualitarismo, para aí sim, discriminar os cristãos e todos aqueles que divergem do anarco-feminismo. Uma minoria que deseja impor à maioria, estilos de vida que atentam contra a dignidade da pessoa humana. Dignidade esta garantida pela Constituição Federal, e que por isso mesmo, de modo democrático, os grupos pró-família, procuraram assegurar.
Aceitar a ideologia de gênero seria discriminar também as mulheres, no direito humano delas serem mães, pois tal ideologia - como afirma Francisco Javier Errázuris Ossa - "aprofunda tal discriminação, restringindo a missão da mulher na família e na sociedade e discriminando os filhos, os casais e a família do qual fazem parte".
Com a ideologia de gênero, a família é subestimada, diminuída, desvalorizada e desprotegida. E com isso, fica desamparada a pessoa humana, vulnerável à angústia, a violência e a solidão; pois estas são as conseqüências quando não se vive a família em sua estrutura natural, quando se distorce o sentido da família, buscando querer o mesmo significado (dando direitos iguais) a outras formas de família, que na verdade não são formas de família, mas contrárias à família, travestidas de simulacro, de falsa aparência, de escapismo e, portanto, de ilusão.
Por isso, nos países desenvolvidos, em que o Estado se voltou contra a estrutura natural da família (fazendo apologia da ideologia de gênero), são mais perceptíveis as conseqüência dos danos sociais e as patologias decorrentes. O que se vê agora neste países é que cresce o número daqueles que querem revogar tais legislações, que deram legalidade a "estranhos morais" e abominações que aviltam o ser humano, em muitos aspectos.
O Brasil, ao recusar a ideologia de gênero em seu Plano Nacional de Educação, deu mais um passo decisivo na afirmação da cultura da vida, para ser um país realmente desenvolvido, como nação pujante que é, mas como quem - gigante por natureza - quer se afirmar na vanguarda da cultura da vida. Por isso, a vitória pró-família no Congresso Nacional, inédita no mundo, foi altamente relevante.
Prof. Hermes Rodrigues Nery
Colunista do Blog Evangelizando (+ artigos)
Especialista em Bioética (pela PUC-RJ), Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e da Associação Guadalupe. É casado, tem dois filhos e é catequista.
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