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Nosso Senhor nos presenteia neste domingo com três parábolas sobre a vigilância.
A primeira (12, 36-38) tem um desfecho feliz. Os servos vigilantes, que simbolizam os discípulos, encontrarão a felicidade eterna quando o Senhor nos introduzir no banquete celeste servindo-nos à mesa, como fizera na última ceia (cf. Jo 13, 4s).
A segunda, brevíssima (12, 39), recorda o ladrão inesperado, o demônio, que pode invadir a casa a qualquer momento.
E a terceira, mais elaborada (12, 42-48), fala dos administradores, dos eclesiásticos, que podem se deixar seduzir e se transformar em malfeitores.
Podemos notar, assim, dois aspectos complementares da vigilância, que nosso Senhor manifesta naquela feliz exortação: "Vigiai e orai" (Mt 26, 41).
a) Negativo: o ataque do ladrão, o demônio. A vigilância propriamente dita.
O demônio não renuncia à posse de nossa alma. Se às vezes parece que nos deixa em paz e não nos tenta, é somente para voltar ao assalto no momento em que menos se espera. Nas épocas de calma e de sossego temos que estar convencidos de que ele voltará ao ataque até mesmo com mais intensidade do que antes. É preciso estarmos alerta para não sermos pegos de surpresa. (Antonio Royo Marín, Teología de la Perfección Cristiana, BAC, n. 169).
b) Positivo: a esperança do Senhor. A oração confiante de quem suplica como um mendigo da graça a visita do Senhor.
Não bastam nossa vigilância e nossos esforços. A permanência no estado de graça [...] requer uma graça eficaz de Deus, que só pode ser alcançada por meio da oração. A mais primorosa vigilância e o esforço mais obstinado se demonstrariam absolutamente ineficazes sem a ajuda da graça de Deus. Com a graça, ao contrário, o triunfo é infalível.
Esta graça eficaz vai além do mérito da justiça e no, sentido estrito, não é devida a ninguém, nem mesmo aos maiores santos. Porém Deus se comprometeu com sua palavra e irá concedê-la de forma infalível se nós a pedirmos com a oração que esteja acompanhada com as devidas condições. Isto coloca em evidência a importância da oração de súplica.
Com razão dizia Santo Afonso de Ligório, ao falar da necessidade absoluta da graça eficaz, a qual só pode ser alcançada pela oração: "Quem ora se salva. E quem não ora se condena". E para decidir diante da dúvida de uma alma se havia ou não caído na tentação, ele costumava perguntar a ela com simplicidade: "Você rezou pedindo a Deus a graça de não cair?" Isto é de grande profundidade teológica. Foi por isto que Cristo nos ensinou no Pai nosso a pedir a Deus que "não nos deixeis cair em tentação".
E é muito bom e razoável que nesta oração preventiva também invoquemos Maria, nossa Mãe bondosa, que pisoteou com seus pés virginais a cabeça da serpente infernal, e a nosso anjo da guarda, que tem como uma de suas funções principais exatamente nos defender contra os assaltos do inimigo infernal. (Ibidem).
Padre Paulo Ricardo
Atualmente, é Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande – MT, licenciado em Filosofia pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso – FUCMAT,
Campo Grande, MS (1987); bacharel em teologia (1991) e mestre em direito canônico
(1993)pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma). Site: padrepauloricardo.org
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