4 de março de 2013

Vestes Papais

Blog Evangelizando!

Olá meus amigos veja nesta postagem as Vesteis Papais, que encontrei no Site Salvem a Liturgia!


Por Kairo Rosa Neves de Oliveira
Ironicamente é no período de Sé Vacante que aumenta o interesse do mundo católico acerca do papado. Nesse espírito, produzo um pequeno texto com as vestes que compõe o guarda-roupa de sua santidade. Para entendermos as vestes do sumo pontífice precisamos, primeiro, ter em mente que se tratam das vestes de um bispo; assim, as vestes são simplesmente episcopais ou vestes episcopais modificadas, específicas do papa. São poucas as vestes que fogem totalmente a isso, isto é, que não encontram uma analogia nas vestes dos bispos.



Hábito Quotidiano

O Santo Padre como qualquer clérigo faz uso do hábito talar. Ainda que ele não seja obrigado pelo direito (pois está acima dele), faz uso da batina em todos seus momentos, até mesmo aqueles em que ele não está propriamente tratando de assuntos eclesiásticos. A batina do Sumo Pontífice é branca; como as demais batinas possui três pregas na parte de trás e dos lados, possui uma fileira de botões na frente com 33 botões e 5 botões em cada um dos punhos. A batina do papa consta com o tradicional colarinho romano.


A batina é acompanhada ainda por uma pequena capa sobre os ombros, aberta à frente que se chama peregrineta. Todavia, não é costume que seja usada quando o papa não tem que fazer aparições publicas, assim como a batina preta sem debruns dos bispos não costuma apresentá-la também. Talvez por esse motivo o Papa Emérito não fará mais uso da mesma, conforme informou a alguns dias o porta-voz do Vaticano.

Junto da batina, o papa usa a faixa branca com o brasão pontifício bordado nas duas extremidades. Nada foi dito até o momento se Bento XVI continuará usando a faixa com seu brasão bordado ou se como os múleos  permanecerão sendo exclusividades do pontífice em exercício.

Por ser bispo, o papa faz uso ainda de cruz peitoral. Esta que para acompanhar o hábito talar é presa em corrente dourada simples. A corrente com a cruz é presa em um dos primeiros botões na frente da batina.


O anel episcopal usado pelo papa é o anel do pescador com a imagem de São Pedro gravada na frente. Este anel é entregue ao papa durante a missa de início de pontificado, junto com outras insígnias do ministério petrino. Com a renúncia de Bento XVI, assim como ocorre na morte do papa, o anel será quebrado pelo Cardeal Camerlengo na presença dos demais cardeais.


Sobre a cabeça o papa porta o solidéu branco; nos pés, meias brancas. O pontífice usa sapatos vermelhos, os múleos. Com a reforma das vestes dos clérigos, apenas o papa usa sapatos que não sejam pretos. Ainda assim, as antigas fivelas e qualquer outro enfeite foram abolidas. O pontífice demissionário, conforme foi anunciado, deixará o uso dos múleos e passará provavelmente ao uso de sapatos pretos; mantendo a exclusividade do vermelho para os sapatos do papa reinante.


Acessórios do Hábito Quotidiano

À batina, os clérigos seculares podem juntar outras vestes. Essas vestes possuem cores próprias de acordo com o clérigo que faz uso delas. Para as vestes do papa tudo é branco ou vermelho, conforme a tradição, nenhuma das peças do papa é de cor negra, ainda que seja negra para todos os outros clérigos.

Uma dessas vestes é a greca. A greca é uma peça que cobre toda a batina, possuindo duas fileiras de botões na parte da frente e manda pouco mais largas que a batina, para que se possa vestir sobre a batina. A greca papal é inteiramente branca. Em sua última audiência pública, em função da baixa temperatura e de o evento se realizar na praça de São Pedro, a céu aberto, o Papa Emérito Bento XVI fez uso dela. Pelo próprio formato da vestes, dispensa-se o uso da peregrineta quando se faz uso da greca.


Uma outra veste que é vestida sobre a batina é o mantel. O mantel é uma capa longa, aberta à frente e munida de uma pequena peregrineta. Diferentemente da greca, o mantel do sumo pontífice é confeccionado na cor vermelha. O uso da peregrineta da batina não se mostra inconveniente quando usado junto ao mantel.


 Para proteger do sol, o santo padre pode fazer uso do capelo. Um chapéu simples, confeccionado na cor vermelha com detalhes dourados, usado sobre o solidéu.





Vestes Corais

Além do hábito quotidiano, uma outra qualidade de vestes usadas pelos clérigos são as vestes corais. As vestes corais de maneira geral são vestes usadas para se assistir os ritos litúrgicos ou ainda para tomar parte em ritos litúrgicos menos solenes como Hora Média ou Ofício das Leituras. O Papa faz um uso mais constante de tais vestes, para algumas atividades sociais exteriores à liturgia como para receber chefes de Estado em audiências privadas, para as bênçãos Urbi et Orbi e também para rezar o Angelus em algumas ocasiões particulares, como na Epifania do Senhor.



As vestes corais do papa constam da batina branca, munida da faixa branca. Sobre a batina se põe o roquete e a murça. Esta última possui uma dinâmica de cores muito interessante: ordinariamente é vermelha, podendo apresentar nos dias mais frios enfeites de pele de arminho. No tempo pascal a murça é de cor branca, podendo também apresentar enfeites de arminho.

 Murça vermelha sem arminho

Murça Vermelha com arminho

Sobre a murça o papa coloca a cruz peitoral em cordão enfeitado de cor dourada. No dedo da mão direita, o anel do pescador. Na cabeça o papa usa o solidéu branco. É interessante que as vestes corais do papa não apresenta o barrete; algo que poderíamos considerar até mesmo como sendo característico desse tipo de veste.


É possível também fazer uso do capelo sobre o solidéu junto às vestes corais. Uma substituição, por vezes, realizada é o uso do camauro em vez do solidéu. O camauro é um pequeno gorro que o papa veste na cabeça. Pode ser vermelho ou branco, da mesma forma que a murça; todavia, sempre apresenta pele de arminho.

 Capelo com vestes corais



Camauro com vestes corais

Sobre as vestes corais o papa faz uso, por vezes, da Estola pontifícia. A estola é geralmente curta, apresenta um pequeno cordão dourado que liga as duas partes da estola. Ela é geralmente no formato "boca de sino" com as extremidades um pouco alargadas e franjas nas pontas. É comum que durante o tempo pascal a estola seja branca. No restante do ano, embora seja mais comum o uso da estola vermelha, também se observa o uso da estola branca sobre a murça vermelha.




Vestes Litúrgicas

O Papa possui ainda, como qualquer outro sacerdote, paramentos para a celebração da Santa Missa, do Ofício Divino e administração dos Sacramento e Sacramentais. Pela natureza única do ministério episcopal do bispo de Roma, alguns dos paramentos usados por ele são únicos.

Os bispos fazem uso do báculo, que no ocidente possui uma curvatura na extremidade superior. O Sumo Pontífice não faz uso do báculo, mas da férula que é uma aste munida de uma cruz na extremidade. Ainda que a férula usada por Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II fosse acinzentada e munida da figura do crucificado, o comum é que seja dourada e não possua a imagem do Cristo, como era a férula de Pio XI e Pio XII que Bento XVI usou durante certo tempo e também aquela confeccionada exclusivamente para ele.



A mitra papal possui a mesma estrutura das episcopais: duas cúspides costuradas munidas de duas ínfulas na parte de trás. Quando a mitra é ornada, em nada se difere do que um bispo poderia usar; a mitra simples, porém, que é completamente branca para os outros mitrados, possui uma borda na cor dourada em ambas as faces da mitra para o sumo pontífice, também as franjas das ínfulas que são vermelhas para os demais clérigos são douradas  na mitra simples papal.



O pálio usado pelo papa era idêntico ao usado pelos arcebispos durante o pontificado de João Paulo II. Bento XVI, porém, modificou levemente o modelo do pálio papal, em vez de cruzes pretas, o pálio do sumo pontífice passou a apresentar cruzes vermelhas em mesmo numero e posição dos pálios dos metropolitas, isto é, 6, uma de cada lado, duas à frente e duas nas costas. As pontas, entretanto, permaneceram negras. O uso dos três cravos, na frente, do lado esquerdo e atrás, foi também mantido pelo Papa Emérito.



Um outro paramento que é usado junto ao pálio é o fanon. O fanon é como que uma pequena capa com listras nas cores vermelha e dourada que representada a autoridade do Romano Pontífice que se tanto está presente no ocidente como no oriente. Um fato interessante da liturgia pontifícia que está relacionado com este mesmo significado é a proclamação do evangelho em latim (ocidente) e grego (oriente) nas missas papais mais importantes, geralmente na missa de início do ministério petrino e nas celebradas na Arquibasílica do Santíssimo Salvador, a Catedral de Roma.




Considerando as peculiaridades acima apresentadas, no mais o Santo Padre se paramenta para a missa solene seguindo o esquema geral das vestes dos bispos, que fica da seguinte forma: batina, roquete, amito, alva, cingulo, cruz peitoral em cordão dourado, estola pendente pelo peito, dalmática pontifical, casula, fanon e pálio com os cravos. Usa ainda o solidéu branco e a mitra; no dedo anular da mão direita porta o anel do pescador e com a mão esquerda segura a férula.




Para a celebração da liturgia das horas ou, como era costume a algum tempo atrás, a celebração da missa in coram sumo pontífice  o papa não faz uso da dalmática pontifical nem nada que se usa sobre ela. Endossa apenas o pluvial diretamente sobre a estola. Faz uso também da férula, do solidéu e da mitra, além do anel.





Fonte: Salvem a Liturgia








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