2 de dezembro de 2012

Masturbação via redes sociais


Anos 90. Era muito comum nas propagandas de televisão sobre rodas de amizade por telefone 0900 em que consistia que os interlocutores se masturbassem motivados pela voz do outro lado da linha telefônica. Com o avanço tecnológico dos meios de comunicações, principalmente com a internet, o jogo sujo do demônio para perder as almas também se fez presente de um modo muito forte nesses meios.

Sobre a masturbação em si, ela é uma das práticas mais nocivas à alma. Torna o praticante egoísta, incapaz de amar, covarde, fraco, tira as suas esperanças, aumenta a concupiscência em todos os pecados carnais, atrapalha o relacionamento humano. 

A matéria é grave e o caráter ilícito é intrínseco. Tendo conhecimento disso, a masturbação será pecado mortal sempre que houver o pleno consentimento. Não há relativização.

Questões hormonais não justificam a masturbação, tampouco, por si, lhe atenua a gravidade a ponto de torná-la venial, especialmente se a prática já se tornou um vício. Assim como a adrenalina não serve de justificativa ao homicídio. Os sentidos devem estar sempre sob o domínio da razão. Não é lícito fazê-la sucumbir.


O Catecismo evidencia que há atenuantes que devem ser levados em conta para eximir a culpabilidade moral do pecado.

Esses atenuantes não podem ser encarados como um conformismo, uma desculpa para atenuarmos a nós mesmos de nossos pecados. Não é válido para mim, por exemplo, me refugiar no pretexto de que "ah, o Catecismo diz que os hábitos contraídos atenuam, eu já estou acostumado, então mais uma vez não tem problema". Deve-se ler os atenuantes sempre na ótica de quem realmente sofre com esse mal, mas não usa suas fraquezas de forma desonesta com a própria consciência.

Vou arriscar analisar um por um os atenuantes que o Catecismo indica.

Imaturidade afetiva: uma pessoa na adolescência que está entrando na puberdade e ainda não compreende o que significa a liberação da libido, evidentemente não poderá ser culpado por cometer pela primeira vez algo que nem sabe ao certo como se dá. Não se trata apenas de mera ignorância, mas de imaturidade para julgar em que consiste a gravidade de algo que ainda não aprendeu a lidar.

Força de hábitos contraídos: Aqui entra a questão do vício. Sabe-se que qualquer vício age como um atenuante para o pecado. Ele pode ou não atenuar uma culpa moral se for realmente forte. Sabe-se que há pessoas ninfomaníacas, que adquirem um vício ao apetite sexual muito maior do que o seu controle natural de disciplina, e em tais casos o vício pode atenuar a culpa a ponto de torná-la venial.

Estado de angústiaFoi o que eu disse acima. Se há uma busca sincera pela castidade mas a pessoa é levada a circunstâncias extremas, as quais não buscou, e é confrontada com uma tentação que está largamente acima das suas forças de combate espiritual, o pecado pode ser relevado. Evidentemente pressupõe-se uma luta para evitar a consumação do ato aqui.

Outros fatores psíquicos ou sociaispoderíamos citar alguma patologia, tais como autismo, que não colocam a pessoa em situação de juízo moral adequado para certos atos, ou uma formação inadequada do juízo por parte da família e da escola, como a maldita "educação sexual" que está aí em quase todas as salas de aula desde a 5ª série. Também pode-se citar a condição social que uma pessoa se encontra em geral, de modo que ela mesma não saiba distinguir o grau de "pecado" que comete devido a uma vida totalmente desregrada, e que já inculcou este ato como algo absolutamente normal.

Há que se levar em conta aqui que o "pleno conhecimento" não se restringe ao comunicado formal. Pessoas adquiriram conhecimento sim, mas talvez não pleno. Para isso é pressuposto que esse conhecimento seja aceito pelo juízo moral, que faça sentido, que pareça sensato, e nem sempre isso é evidente na vida de uma pessoa.

Uma coisa é a gravidade objetiva do pecado, outra é a postura que se deve ter para com ele. Uma coisa é avaliarmos a questão abstratamente, outra bem diferente é achar que podemos julgar a gravidade de nosso próprio pecado nos casos particulares, o que evidentemente é falso.

Pecado de masturbação sempre exige confissão e, via de regra, deve sempre ser tido por falta grave, a não ser que a pessoa realmente não conhecesse a posição da Igreja. Não podemos procurar escusas em nós mesmos para atenuar nossa própria consciência. Como batemos no peito ao proclamar o confietor: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa, tomamos por nossa responsabilidade o consentimento último de nos entregarmos ao pecado, mesmo sabendo que pode ter havido vários atenuantes.  Embora a culpa seja minorada, não devemos levantar isso ao confessarmos o pecado.


Mas isso não significa que a culpa é objetivamente irrelevante. Ela pode sim ser atenuada. A culpa é um estado objetivo da alma no momento em que se cometeu o pecado. Não depende do confessor definir a culpa, ele pode mo máximo tentar identificá-la. O confessor tem juízo sobre a pena, não a culpa propriamente dita.


Aliás, tratar o nosso próprio pecado com a máxima severidade e procurar compreender o pecado do próximo com brandura e temperança é quase que uma obrigação do bom confessor. O Sacramento da Penitência restaura o estado de graça, suprindo esse estado de separação. Para que não reste ambiguidade, a confissão não apaga as penas temporais devidas por pecados, mas a culpa. 


A Confissão, por si, não apaga penas temporais. Ela apaga a culpa. Por isso, em geral, após a absolvição, os sacerdotes estipulam penitências. 


Quanto à contrição perfeita, trata-se da ação sublime pela qual, por amor - não por temor - odeia-se o pecado; pelo fato em si de ter ofendido a Deus, sumamente bom. Ela perdoa a culpa, não penas temporais, inclusive dos pecados mortais, mas é acompanhada do propósito de se confessar o quanto antes, onde todos esses pecados devem ser explicitados. 


Para manter a castidade e uma boa saúde da alma: oração e jejum! E sobre as redes sociais, nós, como católicos, devemos consagrar nosso computador e nossas páginas ao Imaculado Coração de Maria para que não sejamos atingidos pelas setas de Satanás.

A castidade tem por fim reprimir tudo quanto há de desordenado nos prazeres voluptuosos. Ora, estes prazeres não têm senão um único fim: perpetuar a raça humana, transmitindo a vida pelo uso legítimo do matrimônio. Fora dele, toda a luxúria é estritamente proibida.

A castidade chama-se com razão virtude Angélica, porque nos aproxima dos anjos, que são puros por natureza. É uma virtude austera, porque ninguém chega a praticá-la, sem disciplinar e domar o próprio corpo e sentidos por meio da mortificação. É uma virtude delicada, que as mais pequenas faltas voluntárias embaciam; e por isso mesmo dificil, porque não pode guardá-la senão quem luta generosa e constantemente contra a mais tirânica das paixões.



Tem muitos graus: o primeiro consiste em evitar com cuidado consentir em qualquer pensamento, imaginação, sensação, ou ação contrária a esta virtude. O segundo tende a afastar imediata e energicamente qualquer pensamento, imagem ou impressão que porventura pudesse deslustrar o brilho desta virtude. (...) 

(A. Tanquerey, Teologia Ascética e Mística, nº 1100-1101)


Fonte: http://www.tradicaoemfococomroma.com/2012/11/masturbacao-via-redes-sociais_28.html

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