O que celebramos no Natal (Resumo da Homilia da noite do Natal) Pe. Gaspar S. C. Pelegrini
“Dominus dixit ad me: Filius meus es tu”. (Sl 2)
O senhor me disse: tu és o meu filho, eu hoje te gerei. (Salmo 2) Podemos resumir o que celebramos nesta noite com uma palavra, uma imagem e um sentimento. Uma Palavra: Tu es meu filho, eu hoje te gerei. Esta é a palavra do Pai a seu Filho. Palavra que se refere principalmente à geração eterna do Verbo. Este “hodie”, é o hoje eterno.
Mas esta afirmação diante do presépio adquire um alcance especial. No presépio, não podemos esquecer quem é de fato esta criança.
As aparências são tão simples, tão humanas, tão pobres, que não poderíamos jamais descobrir quem é realmente este menino. Por isso lembramos a Palavra do Pai: “Tu es meu Filho. Eu hoje de gerei”. E uma vez que temos esta revelação, quanto mais pobreza, simplicidade, humanidade contemplamos nesta criança, mais surpreendidos ficamos. Diante do presépio, podemos repetir o que dizemos na visita ao Santíssimo: “Eis até que ponto chegou a vossa caridade excessiva, ó meu Jesus amantíssimo”. Uma imagem, ou melhor, duas: A luz e a noite. É impressionante o efeito da luz em meio à escuridão. Por causa da luz é que esta noite é Santa, esta noite é noite feliz.
O que faz a luz no Natal? Convida o magos, através da estrela. Envolve os pastores. Aponta para o lugar onde está Jesus. Qual é a luz do Natal? É Jesus mesmo, que nos ilumina de vários modos:
- com seu amor, que ilumina a noite de nosso egoísmo, de nossa frieza, de nossa desconfiança de Deus, de nosso pouco caso de Deus, de nosso medo de Deus. Jesus depois vai nos dizer: Amai-vos como eu vos amei. Mas já no presépio Ele nos ensina a a amar.
- com sua humildade: ilumina nosso orgulho, ensina-nos que quanto mais simples formos, quanto mais assumirmos e abraçarmos nossas fraquezas e limitações, espirituais e humanas, mais nos aproximamos de Deus.
- com sua alegria: não nos esqueçamos este é terceiro mistério gozoso. Jesus em Belém nos ensina um novo conceito de alegria, alegria que vem do interior, ou melhor que vem de Deus, alegria que não está condicionada com coisas materiais.
Como pedia haver alegria nesta noite? Como poderia haver alegria para uma Mãe que não tem onde dar à luz seu Filho? Só a luz de Jesus podia encher de alegria esta noite.
Um sentimento: Gratidão. Reconhecimento. Gratidão, que para ser verdadeira tem que nos levar a fazer como os pastores e os magos. Que fizeram? Foram até Jesus, deixaram-se envolver pela luz que irradiava de Jesus.
Vamos também até Jesus de modo especial na comunhão. Deixemos que no momento da comunhão, fale mais nossa gratidão que qualquer outro sentimento ou necessidade. Um último detalhe: Tantos dos Magos como dos pastores temos um dado em comum. Eles encontraram Jesus com Maria, nos braços de Maria.
Maria é a verdadeira manjedoura do Menino Deus. Maria é o candelabro onde brilha com grande intensidade a luz do amor, da humildade e da alegria de Jesus. Quando vamos visitar uma mãe que teve um bebê, a gente pede para segurar um pouquinho. Peçamos esta graça a Nossa Senhora: que ela nos dê seu Jesus, que ela nos deixe segurá-lo um pouquinho. Para que ele nos banhe com sua luz. Amém.
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