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2 de setembro de 2015

AGENDA DE GÊNERO AVANÇA NO PAÍS

Judith Butler, uma das mais radicais feministas estará no Brasil entre 4 e 9 de setembro, para disseminar mais intensamente a ideologia de gênero, em eventos promovidos por universidades fedeerais e patrocinados pelo poder público. 

A Agenda de Gênero avança no Brasil, em grande proporção. Uma rede de OnGs e demais instituições já atuam há vários anos, inoculando na sociedade o conteúdo de subversão da mais radical e inumana ideologia. O “feminismo de gênero”, termo cunhado por Christina Hoff Sommers, vai sendo disseminado por meio de simpósios, encontros, mesas redondas, trabalhos acadêmicos em profusão, propagandeados pelos meios de comunicação, de todas as formas, em apologia às mais estranhas experiências de anarquismo sexual, visando a subversão da identidade do ser humano como pessoa. O efeito de tal ideologia visa a dissolução de todas as formas de limites ao desejo humano, e a corrosão de todas as instituições: a começar pela família, e tudo mais, daí seu propósito devastador. Judith Butler advoga que as práticas institucionais “não devem tornar-se normas restritivas para uma política radical”. Por isso o corpo humano, destituído de sua identidade natural, passa a ser instrumentalizado por uma ideologia declaradamente subversiva e pervertida, que o utiliza como laboratório do anarquismo que propõe para o corpo social.

Uma amostra de tal conteúdo será apresentada em dois eventos, no Brasil, realizados com a presença de Judith Butler, autora do livro “O problema do gênero: o feminismo e a subversão da identidade”, uma das mais ativistas feministas a difundir, por meio de muitas OnGs, a ideologia de gênero. Sua obra – como explica Oscar Alzamora Revoredo – é utilizada “já há vários anos como livro de texto em diversos programas de estudos femininos de prestigiosas universidades norte-americanas, onde a perspectiva de gênero está conhecendo uma ampla promoção. O Núcleo de Estudos de Gênero Pagu anuncia em seu site o I Seminário Queer, nos dias 9 e 10 de setembro, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, apresentando Butler como filósofa e “uma das principais referências sobre o tema no mundo”. Pouco antes, entre 4 e 7 de setembro, Butler também participará em Salvador (BA), do evento “II Desfazendo Gênero – Ativismos das Dissidências Sexuais e de Gênero“, promovido por várias universidades federais e patrocinado pelo Governo do Estado da Bahia, Ministério da Educação, OAB Bahia, CNPQ, Secretaria de Política das Mulheres e outros parceiros do setor público. Richard Miskolci explica que a proposta do evento é “tomar nossa cultura como objeto de reflexão, o que – em uma perspectiva queer – não pode ser feito sem a subversão das identidades sexuais. A superação das fronteiras sexuais e de gênero aponta para a criação de uma nova forma de cidadania não-heterocentrada e além do binarismo de gênero atualmente imposto”.

A Agenda de Gênero está mais avançada do que possamos imaginar. Além da incessante propaganda nos meios de comunicação, de todas as formas (em artigos, filmes, novelas, documentários, em programas de auditório, telejornais, etc.), há a ação integrada de OnGs e órgãos do poder público, aparelhados para tais fins, com objetivos de reengenharia social traçados pelas fundações internacionais e agências da ONU, entre outras instâncias de fora. Por isso a imprensa pauta, todos os dias, nas edições dos noticiários, para que as informações e notícias sejam cada vez mais canalizadas para, lentamente, a população ir aceitando a agenda, que é imposta por tais forças de poder e controle social. Não é a toa que a abordagem dada às notícias acabam sempre privilegiando o enfoque ideológico de desconstrução da realidade, da autoridade, da tradição, da moral objetiva, da lei natural, etc. Nesse sentido, temas, por exemplo, que até pouco tempo seriam escandalosos (como a inserção de gays no serviço militar) se tornam corriqueiros na grande mídia e no cotidiano dos espaços de formação de opinião na sociedade. Daí os questionamentos proliferam por toda a parte, como defende Butler, questionando “os valores do militarismo”, “da própria conjugalidade” e tudo mais, como “objetivo final de qualquer movimento de minorias de sexo e gênero – que verdadeiramente pensa analiticamente sobre as estruturas sociais existentes e insiste em produzir novas”.

Parte dessa agenda está não apenas a desconstrução da família e da cultura, mas também da religião, chamando de fundamentalista qualquer um que defenda os princípios e valores da família, da maternidade, da sacralidade do matrimônio, da fidelidade conjugal, da heterossexualidade, etc. Chega inclusive a defender um concepção de religião apenas como fenômeno sociológico, como afirma a “teóloga feminista de gênero” Elizabeth Schussler Fiorenza: “Os textos bíblicos não são revelação de inspiração verbal nem princípios doutrinais, mas formulações histórica”. E “analogamente, a teoria feminista insiste no fato que todos os textos são fruto de uma cultura e de uma história patriarcal androcêntrica”. Descontruindo a família, a educação, a cultura e a religião, as feministas de gênero descontroem a própria realidade humana, no afã de uma utopia irreal e surreal. Jorge Scala lembra ainda que as feministas de gênero “reivindicam uma autonomia absoluta para ‘construir’ qualquer ‘tipo de família’ que ocorra à sua imaginação ou capricho”. Por isso a ideologia de gênero leva ao escapismo da realidade, fazendo do corpo expressão de todas as fantasias e caprichos, vulnerabilizando, portanto, a pessoa humana a graus de violência inimagináveis. Basta ver com que facilidade muitos se deixam seduzir pela falácia de tal fantasia e aceitam expor seus corpos a toda sorte de experiências sexuais, sem moralidade alguma para vivenciar as mais extremas formas de prazer, com as práticas do homossexualismo, amor livre, incesto, pedofilia, zoofilia e tantas outras perversões sexuais. E tudo isso vivido não apenas na privacidade, mas com exposição pública.

A ideologia de gênero, pelos seus efeitos corrosivos, é expressão sombria da “cultura da morte”, denunciada por São João Paulo II, há 20 anos, na Evangelium Vitae. É certo que ela fracassará, como toda ideologia que se volta contra a realidade do ser humano. Mas até soçobrar terá feito suas vítimas, muitas delas já perecem em seus danos, daí que é preciso, enquanto cristãos, estarmos mais vigilantes e atuantes, no combate a esta ideologia, para não sermos vítimas de sua armadilha e perigo. Urge portanto reagirmos e afirmarmos a cultura da vida, em contraposição a esta avalanche de devastação, que Judith Butler vem disseminar, mais intensamente em nosso País.

Prof. Hermes Rodrigues Nery
Especialista em Bioética (pela PUC-RJ), Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e Coordenador do Movimento Legislação e Vida.



Queremos levar junto com vocês o Evangelho de Cristo e evangelizar juntos, para que todos o conheçam. É necessário evangelizar pelos meios de comunicação. Clique na imagem e vote no nosso blog:


13 de agosto de 2015

Dom Luciano, servo de Deus e da alegria

Dom Luciano Mendes de Almeida soube viver a alegria do evangelho como nos propõe o papa Francisco. Soube enxergar em todas as ocasiões e momentos a oportunidade de viver a alegria do evangelho, mas, sobretudo, de anunciar esta alegria aqueles que mais necessitavam: os mais necessitados, os mais carentes, os mais pobres, os mais desprezados pela sociedade. Dom Luciano soube viver a alegria do evangelho contornando sua vida pelos preceitos da caridade, do amor ao próximo, do serviço, da doação, da disposição em abrir mão de sua vontade para realizar a vontade de Deus. Soube ser sábio sendo simples. Servidor sem ser submisso. Alegre sem ser faceiro. Comprometido sem ser extremista. Pela palavra e pelo exemplo, dom Luciano deixou sua marca no chão mineiro da Arquidiocese de Mariana.

  Dom Luciano nasceu no Rio de Janeiro no dia 5 de outubro de 1930. Viveu sua vida segundo seu lema episcopal  “In nomine Iesu” (Em nome de Jesus). Era arcebispo de Mariana quando faleceu aos 75 anos de idade.  Exerceu funções de relevância na Igreja, participou de diversos sínodos em Roma, foi secretário geral e presidente da CNBB, fez parte do Conselho Permanente desta entidade, atuou na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, do Conselho Episcopal Latino-Americano.

Dom Luciano marcou o coração de inúmeras pessoas, marcou porque todos nós precisamos de exemplos e de bons exemplos. Precisamos ser radicais em nossas escolhas e ele viveu isso completamente em sua vida! Celebrar mais um ano do “dies natalis” (dia 27 de agosto, dia em que faleceu) deste servo bom e fiel de Deus é oportunidade de resgatar em nossa memória o grande bem que o arcebispo de Mariana realizou em favor da sociedade brasileira e da igreja católica.

Agora como seu processo de beatificação e canonização aberto, dom Luciano é servo de Deus, servo da caridade, do amor e do próximo, servo do outro totalmente Outro, servo do outro totalmente Irmão. Dom Luciano percorreu em todos os âmbitos, ambientes e realidades porque os santos são aqueles que não se acomodam às situações, mas os que enxergam além.


Dom Luciano é símbolo, ícone de uma caridade, de um cristianismo que cada dia mais precisamos resgatar em nossa vida. Os relatos de pessoa que conviveram com dom Luciano são marcados por um senso de humildade que transparecia em todas as suas ações, mas ao mesmo tempo de grandeza nos pequenos gestos do arcebispo. No olhar, no encontro com alguém e ver nele uma história, uma vida, um sonho. De em cada um perceber uma experiência que não pode ser perdida. Por esta singeleza da ação, por esta alteridade totalmente cristã, dom Luciano pode ser chamado o irmão do outro. Nem amigo, nem colega, nem conhecido, mas irmão, que sentiu a dor, que se aproximou, que viu, que sentiu e amou! O apóstolo do amor e da caridade mostra que só se é possível viver o cristianismo amando, só se pode ser cristão despojando-se de toda e qualquer vaidade!

Geraldo Trindade
 padre da Arquidiocese de Mariana, atualmente vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Viçosa. Mantém o blog: http://pensarparalelo.blogspot.com

“Monges e monjas cistercienses” lançado no Brasil

Sai neste mês de agosto, pela Editora Ixtlan, de São Paulo, nosso livro com o título “Monges e monjas cistercienses: pequena introdução à vida monástica”, de 122 páginas, com longo Prefácio do Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), que iniciou sua caminhada religiosa na condição de monge cisterciense do Mosteiro (depois Abadia) de Nossa Senhora de São Bernardo, em São José do Rio Pardo (SP).

Nosso propósito de compor essa obra foi concebido a partir da ideia de tornar os cistercienses – monges e monjas – mais conhecidos do nosso povo brasileiro por meio da leitura, pois, há várias décadas, esses homens e mulheres de Deus, originários, enquanto Ordem Religiosa, da região de Cister, na França, no século XI, rezam e trabalham em nossa Pátria.

Hoje, eles estão presentes nos seguintes Estados brasileiros: São Paulo: Itaporanga, Itatinga, São José do Rio Pardo (mosteiros masculinos) e Itararé (mosteiro feminino); Mato Grosso do Sul: Campo Grande (mosteiro feminino); Paraná: Monte Castelo (mosteiro feminino); Bahia: Jequitibá (mosteiro masculino); Minas Gerais: Claraval (mosteiro masculino). Além desses mosteiros, da chamada “comum observância”, existem mais dois cenóbios conhecidos como Trapistas – nome ligado à região onde nasceram, La Trappe na França –, ou cistercienses da “estrita observância”, em Campo do Tenente (PR), masculino, e, em Rio Negrinho (SC), feminino.

Nossa intenção de escrever o livro veio ao encontro de um antigo sonho de Dom Orani, como ele mesmo escreveu no Prefácio: “Para mim, que sempre sonhei com um livro da história da vida cisterciense iniciando com a dimensão geral monástica, é uma grata alegria poder apresentar este livro e agradecer o autor pelo trabalho, assim como recomendá-lo ao leitor para acolher esse vasto conteúdo”.

Pois bem, a obra tem o seguinte roteiro: inicia com os chamados “pais” e “mães” do deserto, ou eremitas, que se retiravam para a solidão desde o começo do Cristianismo, mas, de um modo especial, a partir do século III, a fim de aí servirem a Deus no silêncio, na oração e no trabalho manual (cap. 1); passa por São Bento de Núrsia, grande patriarca dos monges do Ocidente e Patrono da Europa, século VI (cap 2), e chega, finalmente, à fundação de Cister, no século XI, por obra de São Roberto de Molesmes, Santo Alberico e Santo Estêvão Harding (cap. 3), sem se esquecer, obviamente, do grande impulso dado à Ordem por São Bernardo de Claraval (cap. 4).

Feito esse percurso, são analisados alguns grandes pontos da espiritualidade cisterciense (cap. 5) bem como é proposta uma importante mensagem a cada leitor(a): sem deixar sua vida, sua família e seu trabalho cotidiano, é possível ser um(a) cisterciense no mundo como oblato(a) secular, ligando-se pelo vínculo da oblação a um mosteiro masculino ou feminino, pois ambos acolhem homens e mulheres na condição de oblatos (cap. 6).

Como diz a quarta capa do livro, esse trabalho “é uma chave para abrir a porta da clausura do maravilhoso mundo dos monges e monjas cistercienses, presentes no Brasil a partir de 1936, em Itaporanga (SP)”. Trata-se de “leitura acessível antecedida de um vocabulário das palavras menos conhecidas encontradas no corpo do livro”.

Os interessados podem obter o livro, cuja pequena renda serve, em parte, de ajuda às comunidades monásticas: 1) nos próprios mosteiros cistercienses que os vendem – ainda que por encomenda; 2) pelo e-mail: toppaz1@gmail.com, no valor de R$ 25,00, incluindo o frete simples (forma mais fácil), ou 3) na própria Livraria da Editora Ixtlan: http://www.livrariaixtlan.com.br (Religião).

Muito obrigado! Boa leitura!


Vanderlei de Lima é filósofo e autor do livro.

22 de julho de 2015

O dominó da desmoralização

É agravante a decadência moral da sociedade pela falta de consciência de muitos cidadãos, governantes e governados. Está tudo sendo reduzido a nada, o homem está deixando de ser aquilo que é pra ser coisa; é um verdadeiro dominó desmoralizante. A sociedade está perdendo a capacidade de distinguir o bem e o mal, ou não quer nem distinguir para satisfazer seus próprios instintos.
Estamos no estágio de desumanização, um mundo que pisoteia a sua própria consciência negando a sua própria humanidade. “Será inócuo encher as páginas de leis e as prateleiras de códigos, como também será inócuo encher as ruas de policiais, enquanto a humanidade na for chamada a respeitar a própria consciência.” [1]. É isso que acontece, quando o homem exclui a própria lei da consciência. Ele fica cego, desorientado, causando uma desordem moral. É o que vemos na sociedade e no mundo, governos querendo legalizar o assassinato de seres humanos inocentes, abrindo portas para o casamento de pessoas do mesmo sexo, a destruição do conceito de homem e mulher com a Ideologia de Gênero; a venda de fetos assassinados cruelmente. É o homem destruindo a sua própria humanidade, levando a sociedade a perder aos poucos sua alma e esperança. “A maior crise da sociedade é a da consciência. Rouba-se, mata-se, corrompe-se, tapeia-se, prostitui-se, engana-se… como se as consciências estivessem mortas, e como se Deus não existisse.” [2] 
Precisamos dar um salto moral, começando pelas famílias hoje tão atacadas por tantas ideologias que tentam desmontar a célula motriz da sociedade. Os pais precisam se conscientizar e fazer alguma coisa para que a educação dos seus filhos, não seja regida primeiramente pelo Estado; são os pais os primeiros educadores de seus filhos.
A escola hoje está se tornando, ou melhor, já é um lugar que invés de educar os nossos filhos para o bom caráter, está destruindo a moral dos futuros cidadãos. Os nossos filhos estão sujeitos às más influências do Estado. O silêncio aqui não adianta, ou tomamos uma posição frente ao que está acontecendo ou seremos engolidos e esfacelados por esta decadência moral. Somos homens e mulheres com consciência e sabemos o que é errado e o que é certo, porém se não lutamos pelo bem moral o mal aos poucos vai escurecendo o que é bom.
Dizia um filósofo existencialista cristão, chamado Gabriel Marcel: “Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive.”. É isso que está acontecendo na sociedade em que vivemos, acabamos pensando que o que estamos vivendo é normal; acabamos achando normal abortar bebês, homossexuais se casarem, a venda de fetos abortados etc., e sufocamos a nossa consciência às vezes reta e bem formada, na qual sabemos que tudo isso, não é normal.
Tenhamos uma tomada de consciência à frente da sociedade, e lutemos por uma sociedade consciente, justa e bem formada; que segue a razão, “de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador.”. [3]
Referências
1. Aquino, Felipe. A moral católica e os dez mandamentos.
2. Idem.
3. Catecismo da Igreja Católica, n. § 1783. 

19 de julho de 2015

A banalização do aborto


Dias atrás veio a público – e foi amplamente debatido pelas redes sociais – um vídeo realizado por um grupo pró-vida dos Estados Unidos, que flagrou uma mulher do alto escalão da Planned Parenthood oferecendo partes de fetos abortados para venda. Financiada, entre outros, pelo governo dos Estados Unidos, essa entidade tem a maior rede mundial de clínicas de aborto, e também busca a aprovação de leis que legalizem essa prática em outros países, como o Brasil.
Inúmeras vezes tive a oportunidade de dizer, em debates, que a legalização do aborto faz com que este seja banalizado, comece a ser usado como método de controle de natalidade, deixe de ser percebido como o ato em que uma mãe mata o seu próprio filho em gestação. Em resposta, geralmente me dizem que não, que o aborto só será realizado quando “necessário”...
É recorrente também o argumento de que é preciso encontrar solução para o dito “aborto inseguro”, porque se trataria de uma questão de saúde pública, que assim se evitariam mortes de mulheres – geralmente exagerando muito o número dessas mortes, que no Brasil não passam de 100 por ano, já há muitos anos.
O vídeo citado ajuda-nos a olhar o assunto por outro ângulo: o da existência de uma indústria do aborto, que é muito lucrativa, e que deseja expandir a sua atuação. A comercialização de partes do feto traz requintes de crueldade ao processo de abortamento, uma vez que é necessário manter a criança viva para preservar o órgão desejado, até o momento em que este possa ser extraído. As várias metodologias são explicadas com detalhe, em conversa informal, enquanto a mulher que faz o relato come salada e toma vinho.
A população brasileira é majoritariamente contra o aborto, mas cresce a pressão internacional para que ele seja legalizado em nosso país. Um dos atores é o Consórcio Latino-Americano Contra o Aborto Inseguro (Clacai). O foco na alegada “saúde reprodutiva da mulher” mal disfarça outra questão: a da natalidade, ou seja, as instituições que o financiam preocupam-se com os números da população mundial, e veem no aborto um modo de reduzi-la. Citam-se a Ford Foundation, o Grupo de Información en Reproducción Elegida (Gire), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Population Council e a Marie Stopes International, dentre outras entidades.
Esta última ONG, Marie Stopes International, oferece em seu site aborto por preços que oscilam entre 450 e 2 mil libras, dependendo da idade gestacional. Mas faz ofertas mais baratas para mulheres que queiram abortar na Inglaterra, vindas de países em que o aborto seja mais restrito. O site oferece também informações em diversas línguas, incluído o português, onde se lê, por exemplo: “Será necessário ficar no Centro Marie Stopes apenas algumas horas para o aborto, ou até um dia se estiver grávida de 19 a 24 semanas”. Vale lembrar que uma criança que nasça com 24 semanas tem hoje grandes chances de sobrevivência, o que faz com que esse limite venha sendo questionado na Inglaterra.
O respeito à dignidade da vida humana não permite brechas. Quando estas são abertas, fatalmente se chega a situações como as mostradas no vídeo. Afinal, por que jogar no lixo os corpinhos abortados, se a venda dos seus órgãos pode aumentar o lucro do negócio?
Lenise Garcia, professora do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília, é presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.

Fonte: Gazeta do Povo

15 de julho de 2015

Ideologia de gênero deve ser combatida, pois visa destruir a família

A ideologia de gênero tornou-se uma ferramenta política e “um conceito-chave da reengenharia social anti-cristã para subverter o conceito de família”, como afirma o monsenhor Juan Cláudio Sanahuja. E mais, ele explica que “a ONU adota a perspectiva de gênero no começo dos anos 90. Assim nos apresenta e quer impor-nos uma visão anti-natural de sexualidade autoconstruída a serviço do prazer”. E para isso surtir efeito, a médio prazo, faz-se necessário difundir nas escolas a ideologia de gênero, para quebrar as resistências contra a cultura que quer se impor. A educação sexual então está imbuída fortemente desta ideologia contrária à família, com uma visão reducionista da dimensão da pessoa humana. O fato é que existem somente duas identidades sexuais, daí a realidade humana na distinção “homem e mulher”. Institucionalizar uma outra situação fora desta realidade, verdadeiramente humana, é desconhecer com profundidade a essência e a natureza da pessoa humana, e mais ainda: agravar os fatores da violência contra o ser humano, em todos os aspectos. É despessoalizar o ser humano e torná-lo fragilizado e vulnerável a toda e qualquer violência.

A crise da identidade em nosso tempo se explica numa sociedade sempre mais pulverizada na atomização do indivíduo, que se vê perdido na volúpia de uma sociedade consumista, de falsas necessidades, que coloca o prazer como finalidade e aniquila o indivíduo desarraigado e desterritorializado, na lógica do descartável, sem ter ao que se ater, sem contar mais com a família como suporte, porque, com a ideologia de gênero, a família é descaracterizada e diluída, dissolvida enquanto instituição primeira e principal da sociedade. Daí o grande mal-estar de muitos diante dos apelos da anarquia sexual difundida pelos meios de comunicação, na promoção da homossexualidade e de outras perversões e transgressões, que medram mais facilmente na sociedade atomizada, de híper-consumismo. Daí ser necessário por um dique a tudo isso, para salvaguardar a instituição primeira e principal, sem a qual o ser humano não tem como subsistir e se realizar como pessoa.

Todas estas formas de agressão, se não forem contidas, se tornarão grilhões culturais a asfixiar a pessoalidade de cada ser humano. No campo político, a ideologia de gênero põe em movimento a apologia a tais transgressões, utilizando-se de eufemismos e sutilezas de linguagem, com o discurso emocionalista de não discriminação, para avançar ainda mais numa agenda que discrimina a família. E mais: visando destruí-la, com a corrosão dos princípios e valores cristãos, que a defendem, por inteiro.

O ideário de gênero (mais uma expressão de idealismo totalmente irreal) proposto então pelo PNDH3, e que se quer agora incluir na rede pública de ensino, perverte a finalidade social das instituições nascidas para defender a pessoa daquilo que a despessoaliza. Com uma educação sexual assim, a escola se torna um lugar perigoso, um barril de pólvora que certamente irá explodir com danos sociais inimagináveis. Por isso, nos empenhamos no combate em favor da vida e da família, por uma escola que promova verdadeiramente a família como suporte da pessoa humana.

Prof. Hermes Rodrigues Nery
Especialista em Bioética (pela PUC-RJ), Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e Coordenador do Movimento Legislação e Vida.

29 de junho de 2015

O que nos ensina o Canadá, 10 anos depois da legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo?

Um alerta vinda do Canadá.


Nos é dito todos os dias que “permitir a casais do mesmo sexo o acesso a designação de casamento não irá retirar o direito de ninguém”. Isto é uma mentira.


Quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado no Canadá em 2005, a paternidade foi imediatamente redefinida. A Lei do Casamento Gay Canadense (Bill C-38) incluiu a determinação de apagar o termo “paternidade biológica” e a substituir por todo o país com o termo “paternidade legal” através de uma lei federal. Agora todas as crianças possuem apenas “pais legais”, como definido pelo Estado. Apagando através da força legal a paternidade biológica, o Estado ignora um dos direitos mais básicos das crianças: o direito imutável, inalienável e intrínseco de conhecerem e serem formados pelos seus pais biológicos.

Pais e mães trazem a seus filhos dons únicos e complementares. Muito ao contrário da lógica do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a identidade sexual dos pais importa muito para um desenvolvimento saudável das crianças. Sabemos, por exemplo, que a maioria dos homens encarcerados não tiveram a companhia de seus pais em casa. Pais pela sua própria natureza e identidade são seguros, estimulam disciplina e traçam limites, apontam direções claras ao mesmo tempo que sabem assumir riscos, se tornando assim um exemplo aos seus filhos para toda a vida. Mas pais não podem gerar crianças num útero, dar a luz e amamentar bebês em seus peitos. Mães criam seus filhos de uma maneira única e de uma forma tão benéfica que não podem ser replicados pelos seus pais.

Não é preciso um cientista espacial para sabermos que homem e mulher são anatomicamente, biologicamente, fisiologicamente, psicologicamente, hormonalmente e neurologicamente diferentes entre si.Essas características únicas proporcionam benefícios perenes para suas crianças e não podem ser replicados por “pais legais” do mesmo sexo, mesmo quando esses se esforcem para agir em diferentes papéis numa clara tentativa de substituir a identidade sexual masculina ou feminina faltante nesta casa.

Com efeito, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não apenas priva crianças de usufruir seu direito a paternidade natural, mas dá ao Estado o poder de sobrepor a autonomia dos pais biológicos, o que significa que os direitos dos pais foram usurpados pelo governo.

Crianças não são produtos que podem ser retirados de seus pais naturais e negociados entre adultos desconexos. Crianças em lares com pais homossexuais irão frequentemente negar sua aflição e fingir que não sentem falta de dos seus pais biológicos, se sentindo pressionados a falar positivamente graças as políticas LGBTs. Contudo, quando uma criança perde um de seus pais biológicos devido a morte, divórcio, adoção ou a reprodução artificial, eles experimentam um vazio doloroso. Foi exatamente isso quando nosso pai homossexual trouxe seu parceiro do mesmo sexo para dentro de nossas vidas. Seus parceiros não poderão nunca substituir a ausência de um pai biológico.

No Canadá, é considerado discriminatório dizer que casamento é entre homem e mulher ou até que cada criança deveria conhecer e ser criado por seus pais biológicos unidos em casamento. Não é apenas politicamente incorreto, você também pode ser multado legalmente em dezenas de milhares de dólares e mesmo forçado a passar por “tratamentos de sensibilidade”.

Qualquer pessoa que se sentir ofendido por qualquer coisa que você tenha dito ou escrito pode fazer uma reclamação para a Comissão de Direitos Humanos ou mesmo nos Tribunais de Justiça. No Canadá, essas organizações fiscalizam o que é dito, penalizando cidadãos por qualquer expressão contrária a um comportamento sexual em particular ou a grupos protegidos identificados como de “orientação sexual”. Basta uma única queixa contra uma pessoa para que esta seja intimada diante de um tribunal, custando ao acusado dezenas de milhares de dólares em taxas legais pelo simples fato de ter sido acusado. Essas comissões possuem poder para entrar em residências privadas e a remover qualquer item pertinente as suas investigações em busca de evidências de “discurso de ódio”.
O acusador que faz a queixa tem todas as suas custas processuais pagos pelo governo. Mas não o acusado que faz a sua defesa. E mesmo que este prove sua inocência ele não pode ter reembolso das custas processuais. E se é condenado, também precisará pagar por danos à pessoa que fez a queixa.

Se as suas crenças, valores e opiniões políticas forem diferentes daquelas endossadas pelo Estado, você assume o risco de perder sua licença profissional, seu emprego e até mesmo seus filhos. Veja o caso do grupo Judeu-Ortodoxo Lev Tahor. Muitos dos seus membros, que estiveram envolvidos numa batalha sobre a custódia de crianças aos cuidados de serviços de proteção tiveram de deixar a cidade de Chatham, Ontario, para a Guatemala em março de 2014, como uma forma de escapar da perseguição jurídica contra suas crenças religiosas, que não estava de acordo com as políticas regionais sobre educação religiosa. Dos mais de 200 membros deste grupo religioso, restaram apenas 6 famílias na cidade de Chatham.

Pais podem esperar interferência estatal quando se trata de valores morais, paternidade e educação – e não apenas lá nas escolas. O Estado tem acesso a sua casa para supervisionar você como pai para julgar sua adequação educativa. E se o Estado não gostar do que você está ensinando aos seus filhos, o Estado irá fazer o necessário para remover seus filhos de sua casa.

Professores não podem fazer comentários em suas redes sociais, escrever cartas para editores, debater publicamente, ou mesmo votar de acordo com suas consciências mesmo fora do ambiente profissional. Eles podem ser “disciplinados”, sendo obrigados a participar de aulas de re-educação ou mesmo de treinamentos de sensibilidade, quando não acabam demitidos por seus pensamentos politicamente incorretos.

Quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi criado no Canadá, a linguagem de gênero-neutro se tornou legalmente obrigatório. Essa “novílingua” proclama que é discriminatório assumir que um ser humano possa ser masculino ou feminino, ou mesmo heterossexual. Então, para ser inclusivo, toda uma nova linguagem de gênero-neutro passou a ser usado pela mídia, pelo governo, em ambientes de trabalho, e especialmente em escolas, que querem evitar a todo custo serem recriminadas como ignorantes, homofóbicas ou discriminatórias. Um curriculum especial vem sendo usado em muitas escolas para ensinar os alunos como usar apropriadamente a linguagem do gênero-neutro. Sem o conhecimento de muitos pais, o uso de termos que descrevem marido e esposa, pai e mãe, dia dos Pais e das Mães, e mesmo “ele” e “ela” estão sendo radicalmente erradicados das escolas canadenses.

Organizadores de casamento, donos de salões de festas, proprietários de pousadas, floristas, fotógrafos e boleiros já viram suas liberdades civis e religiosas bem como seus direitos a objeção de consciência destruídas no Canadá. Mas isso não está reduzido apenas a indústria do casamento. Qualquer empresário que não tiver uma consciência em linha com as decisões do governo sobre orientação sexual e suas leis de não-discriminação de gênero, não terá permissão de influenciar suas práticas profissionais de acordo com suas próprias convicções. No final das contas, é o Estado quem basicamente dita o que e como os cidadãos podem se expressar.
A liberdade para pensar livremente a respeito do casamento entre homem e mulher, família e sexualidade é hoje restrita. A grande maioria das comunidades de fé se tornaram “politicamente corretas” a fim de evitar multas e cassações de seus status caritativos. A mídia canadense está restrita pela Comissão Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações. Se a mídia publica qualquer coisa considerada discriminatória, suas licenças de transmissão podem ser revogadas, bem como serem multadas e sofrerem restrições de novas publicações no futuro.

Um exemplo de cerceamento e punição legal sobre opiniões discordantes a respeito da homossexualidade no Canadá envolve um caso chamado Case of Bill Whatcott, que foi preso por “discurso de ódio” em abril de 2014 após este distribuir panfletos com críticas ao comportamento homossexual. Independente se você concorda ou não com o que este homem disse, você deveria se horrorizar a este ato de sanção estatal. Livros, DVDs e outros materiais também podem ser confiscados nas fronteiras canadenses se tais conteúdos forem considerados “odiáveis”.

Os americanos precisam se preparar para o mesmo tipo de vigilância estatal se sua Suprema Corte decidir legislar e banir o casamento como uma instituição feita entre homem e mulher. Isso significa que não importa o que você acredite, o governo terá toda liberdade para regular suas opiniões, seus escritos, suas associações e mesmo se você poderá ou não expressar sua consciência. Os americanos precisam entender que a meta final para muitos ativistas do movimento LGBT envolve um poder centralizado estatal – e o fim das liberdades previstas na primeira emenda constitucional.

Dawn Stefanowicz é autora e palestrante internacional. Ela foi criada por pais homossexuais, e foi ouvida pela Suprema Corte Norte Americana. Ela é membro do Comitê Internacional de Direito Infantil. Seu livro, Out from Under: O impacto da paternidade homossexual, está disponível em http://www.dawnstefanowicz.org/

Fonte original do artigo:

Fonte: http://www.thepublicdiscourse.com/2015/04/14899/

6 de junho de 2015

NOVA AMEAÇA DA "IDEOLOGIA DE GÊNERO"



“A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção social” (Dr. Christian Schnake, médico chileno e especialista em Bioética, Ideologia de gênero: conheça seus perigos e alcances. Destrave. Canção Nova, acessado em 2/6/15), conforme expus em Nota Pastoral recém-publicada.

Ora, essa ideia, que vem sendo difundida como palavra de ordem nos últimos tempos, apareceu no Plano Nacional de Educação (PNE), mas, graças à mobilização das forças vivas e atuantes do Brasil, contando, inclusive, com alguns Bispos, foi banida. Agora, porém, volta ao Plano Municipal de Educação (PME). No mínimo isso é uma incoerência: colocar no plano municipal o que não consta no federal! Cada município ficará, pois, por meio de seus vereadores, responsável, diante de Deus e de seus munícipes, de excluir (se, obviamente, já estiver no texto), até o fim de junho, a revolucionária ideologia de gênero para as crianças e adolescentes em fase escolar atendidas pela rede municipal de ensino. Arbitrariamente, algumas atitudes federais já inserem alguns tipos dessa ideologia em nossas escolas, mesmo através de livros e outras decisões por decreto. Querem transferir para a orientação da escola aquilo que as famílias são chamadas da passar aos seus filhos.

De um modo amplo, ideologia é um termo que se origina dos filósofos franceses do século XVIII, conhecidos como ideólogos (Destutt de Tracy, Cabanis etc.) por estudarem a formação das ideias. Logo depois, passou a designar um conjunto de ideias, princípios e valores que refletem uma determinada visão de mundo, orientando uma forma de ação, sobretudo uma prática política.

Hoje, o termo ideologia parece ser amplamente utilizado, sobretudo por influência do pensamento de Karl Marx, na filosofia e nas ciências humanas e sociais em geral, significando o processo de racionalização – um autêntico mecanismo de defesa – dos interesses de uma classe ou grupo dominante para se manter no poder (cf. H. Japiassú e D. Marcondes. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, verbete ideologia).

Ora, esta base é que sustenta a ideologia de gênero, cujas raízes merecem ser, em suas várias vertentes, conhecidas pelo povo brasileiro.

Pois bem, no período entre as duas grandes guerras mundiais (1918-1939), estudiosos de diversas áreas – Filosofia, Sociologia, História, Economia, Psicologia etc. – ligados à chamada Escola de Frankfurt, se puseram a criticar tanto a burguesia capitalista quanto o comunismo extremado, ou seja, aquele de fundo marxista-leninista dogmático. Em seu lugar, propunham um marxismo sorridente, capaz de se difundir no Ocidente dado que aqui se faziam muitas ressalvas ou críticas ao modelo comunista russo implantado no governo desde novembro de 1917.

Esse comunismo, mais aberto para enganar os ingênuos, trazia em seu bojo a filosofia marxista da luta de classes, na qual, segundo o filósofo alemão Frederick Engels, em sua obra “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, escrita em 1884, “o primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher unidos em matrimônio monogâmico; e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino” (New York, 1972, p. 65-66).

Pois bem, essa luta de classes no modelo tratado por Engels foi unida às teorias de Sigmund Freud (1856-1939) e transformada também em luta de sexos, na qual a mulher seria a classe oprimida e o homem a classe opressora. A libertação viria no momento em que as mulheres se soltassem sexualmente, praticando a genitalidade sem barreira alguma. Mesmo o “incômodo” do filho teria solução: a Rússia legalizou o aborto já no ano de 1920, visto que ainda não se conhecia a pílula anticoncepcional e muito menos os fármacos abortivos.

Infelizmente, tudo isso não foi libertador, mas tornou muitas mulheres, sempre tão queridas por Deus, novas escravas, não mais apenas vítimas dos homens, mas de si mesmas, dado que, talvez na ânsia de se libertarem, acabaram pagando o alto preço dos efeitos colaterais da libertinagem, especialmente com o aumento da prostituição, do consumo de álcool e de outras drogas, das pílulas anticoncepcionais, das pílulas do dia seguinte (abortivas) e do aborto cirúrgico, cujas sequelas no corpo e na mente podem ser danosas para sempre. Afinal, nenhuma mulher com uma boa formação humana e cristã, por sua natureza materna inata, dormirá em paz depois de pensar que assassinou o próprio fruto do seu ventre.

Logo depois se assomou a isso tudo o construtivismo social. Que ensina essa escola? – Ensina a desconstrução da realidade, e, com Jaques Derrida e Michel de Foucault, foi também aplicada à sexualidade. Para eles não existe a realidade (objeto) nem o homem que descobre a realidade (sujeito), mas apenas a linguagem que produz os objetos ao lhe dar os nomes que os classifica e caracteriza.

Essa linguagem, porém, é fruto de mera construção social que atribui a ela o valor semântico que quiser. Daí serem esses valores mutáveis como a sociedade, de modo que o modelo cultural atual é responsável por destruir o anterior, e assim sucessivamente, inclusive no campo moral. Reina, portanto, o relativismo, e, para Foucald o pansexualismo: tudo giraria em torno da sexualidade.

Com o existencialismo ateu, dá-se um passo além, especialmente por obra de Simone de Beauvoir. Esta ensina que “não se nasce mulher, mas você se torna uma mulher; não se nasce um homem, mas você se torna um homem”. O gênero seria uma construção sociocultural sustentada pela experiência. Ora, se a experiência da mulher foi a de ser dominada pelo homem ao longo da história, na visão de Beauvoir, toda hierarquia deveria ser eliminada da vida pública e privada para dar lugar a relações de igualitarismo marxista (não de igualdade cristã) entre os seres humanos.

Chega-se, assim, ao feminismo de gênero como uma espécie de síntese de todas essas correntes que, brevemente, apresentei acima. Esse tipo de feminismo supera o anterior que o preparou, ou seja, aquele feminismo inicial desejoso de que a mulher fosse equiparada aos homens. Descreve bem essa evolução feminista a seguinte declaração de Shulamith Firestone: “Para organizar a eliminação das classes sexuais é necessário que a classe oprimida se rebele e assuma o controle da função reprodutiva..., pelo que o objetivo final do movimento feminista; isto é, não apenas a eliminação dos privilégios masculinos, mas da própria diferença entre os sexos; assim, as diferenças genitais entre os seres humanos nunca mais teriam nenhuma importância” (The dialectcs of Sex. Nova York: Bantam Books, 1970, p. 12).

Tudo isso leva-nos ao cerne do gênero, que é a permissão para que sejam eliminadas (como se isso fosse possível) todas as diferenças entre os sexos, complementando desse modo o que propusera o feminismo anterior ao pregar o seguinte: “a raiz da opressão da mulher está em seu papel de mãe e educadora dos filhos. Por isso deve ser liberada de ambas as tarefas, através da contracepção e do aborto e da transferência da responsabilidade da educação dos filhos para o Estado” (J. Scala. Ideologia de gênero. São Paulo: Katechesis/Artpress, 2011, p. 21). Estejamos atentos a algumas leis que já existem em que o Estado interfere na família e educação dos filhos.

A partir dos anos de 1980, todos esses ideólogos do feminismo antigo ou de gênero se uniram a outros lobbies e passaram a combater a família monogâmica e estável como um estorvo para a liberdade sexual imaginada desde os anos de 1960 para todos, a fim de destruir os planos perfeitos de Deus e, em seu lugar, impor os planos falhos da criatura.

O ser humano, como pessoa, nunca pode ser usado como um instrumento ou um objeto, mas deve ser contemplado e amado como tal, sendo dotado de dignidade e valores. A negação da transcendência afeta diretamente a dignidade da criatura humana. Pois como disse São João Paulo II: "a divindade da pessoa humana é um valor transcendente, como tal sempre reconhecido por aqueles que se entregam sinceramente à busca da verdade" (cf. Mensagem de sua santidade João Paulo II para a celebração do XXXII Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 1999).

Analisando essas ideologias supracitadas, percebemos que elas são expressão de autoritarismos que visam a valorizar seus próprios interesses, fazendo com isso que a sociedade acabe negando a transcendência do ser humano e, consequentemente, rebaixando a dignidade do homem, acarretando graves implicações no campo dos direitos humanos.

Por fim, podemos concluir que a ideologia do gênero tornou-se um instrumento utilizado para atacar a dignidade da pessoa e também a família, pois esta representa para eles um tipo de 'dominação'. Ao contrário, nós dizemos que é pela família que conseguiremos restaurar tal dignidade; pois é por ela que somos educados e formamos verdadeiros valores e ideais.

As perguntas que ficam são: uma sociedade com indivíduos que cultivam ódio a Deus e tentam destruir valores intrinsecamente sagrados como a vida e a família poderão ter um futuro promissor? Os seres humanos são mais felizes ou mais frustrados com tudo isso? Não estaria, em parte ao menos, atrelado a essa degenerescência dos valores o alto índice de adolescentes e jovens que tentam buscar escapes nos entorpecentes ou mesmo nas tentativas ou na consumação de suicídios? As perguntas atuais sobre os rumos da humanidade e as dificuldades de respostas da sociedade estão a comprovar os descaminhos que a sociedade hodierna está tomando.

Já não passou da hora de nos voltarmos mais à misericórdia de Deus e confessarmos confiantes: Senhor, só Tu tens palavras de vida eterna! (cf. Jo 6,68)? Sim, pois só Ele é a verdadeira e definitiva libertação de toda opressão que o ser humano possa sofrer. E ao acolhermos a “palavra de Deus” iremos ver que encontraremos o verdadeiro “ser humano” criado à imagem e semelhança d’Ele. E veremos que mesmo os estudiosos e cientistas sérios chegarão à mesma verdade através de suas reflexões e raciocínios. Cabe a nós, cidadãos de hoje, levarmos avante os verdadeiros valores desta pátria que amamos e onde habitamos como cidadãos que têm direitos e deveres e que se responsabilizam pelo futuro.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

1 de junho de 2015

NOTA PASTORAL SOBRE O RISCO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)

NOTA PASTORAL SOBRE O RISCO DA IDEOLOGIA DE GÊNERO NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Prezados sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, fiéis cristãos leigos em geral e demais pessoas de boa vontade da nossa Diocese de Frederico Westphalen (RS), dirijo-lhes esta Nota Pastoral para expor um assunto da máxima importância nos nossos dias: a tentativa de implantação da perigosa, mas pouco conhecida, “ideologia de gênero” no Plano Municipal de Educação (PME) de nossos municípios.

Desejo, portanto, caríssimos irmãos, expor, em três pontos, uma breve orientação a fim de que cada um em seus meios lembre-se de que não fomos chamados à indiferença ante os problemas que nos afligem, mas, sim, a ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-14), pois tudo o que, de algum modo, diz respeito ao homem de hoje, interessa à Igreja (cf. Gaudium et Spes n. 1).

1. Ideologia de gênero: em síntese, que é?
Para levar aos queridos diocesanos uma explanação segura sobre a ideologia de gênero, divido a exposição em dois breves tópicos, ou seja, o aspecto antropológico no qual se funda a doutrina do gendere o aspecto teológico, aquele que mostra o quanto essa ideologia é malévola e contrárias aos planos de Deus.

a) A face antropológica
O termo gênero (ou gender), que começou a ser difundido nas décadas de 1960 e 1970 visa revolucionar a antropologia apregoando que o sexo masculino ou feminino dado pela Biologia não tem valor, pois o que vale é a construção da identidade sexual psicológica dada pelas culturas nas diversas fases da história.
Assim, ser homem ou mulher não é característica inata, mas mero procedimento aprendido na família e na escola de cada nação, de modo que o homem poderia escolher ser mulher e vice-versa. Mais: decorre dessa ideologia tão denunciada por estudiosos de renome que “o mesmo indivíduo pode optar indiferentemente pelo heterossexualismo, pelo homossexualismo, pelo lesbianismo ou até pelo transexualismo. Não haveria, na origem de cada ser humano, um menino ou uma menina, mas um indivíduo[1]”.
Esse indivíduo escolheria – contra a Biologia – aquilo que deseja ser. No entanto, se a natureza biológica conhece somente o homem e a mulher, a ideologia de gênero apregoa que alguém pode ser homem, mulher ou neutro (nem um nem outro). Afinal, seria a sociedade com seus estereótipos que atribuiria a cada indivíduo suas funções, passando por cima das características fisiológicas de cada um.
Em suma, ninguém nasceria masculino ou feminino, mas apenas indivíduos que podem tornar-se masculinos, femininos ou neutros de acordo com a cultura de seu tempo ou com a educação recebida na escola ou em casa.
Aqui se entende a razão pela qual os ideólogos de gênero se interessam por se imporem nos planos de ensino, seja em nível nacional, estadual ou municipal: como sabem que as famílias, via de regra, abominam espontaneamente uma doutrina tão contrária à natureza, partem para a instrução artificial das crianças a fim de que elas, depois de bem doutrinadas pela ideologia de gênero, instruam seus pais e amigos... Seria o fim da família e do próprio ser humano reduzido à condição de mero peão em um sórdido jogo de xadrez[2].

b) O aspecto teológico
No aspecto teológico, a ideologia de gênero é uma afronta ao projeto de Deus para a humanidade. É a criatura tentando tomar o lugar do Criador e recriar o ser humano com o sopro revolucionário mundano a fim de apagar nele, se possível fosse, o sopro divino insuflado na sua criação, conforme a linguagem bíblica de Gênesis 2,7.
Em seu discurso de 21 de dezembro de 2012 à Cúria Romana, o Papa Bento XVI já lançava, corroborando com o que dissemos acima, uma ampla advertência quanto ao uso do “termo ‘gênero’ como nova filosofia da sexualidade”. Dizia ele que “o homem contesta o fato de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. De acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher. Esta dualidade é essencial para o ser humano, como Deus o fez. É precisamente esta dualidade como ponto de partida que é contestada. Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: ‘Ele os criou homem e mulher’ (Gn 1,27). Isto deixou de ser válido, para valer que não foi Ele que os criou homem e mulher; mas teria sido a sociedade a determiná-lo até agora, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir sobre isto. Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. O homem contesta a sua própria natureza”.
O Papa Bento abordou a ideologia de gênero outra vez, quase um mês mais tarde, em 19 de janeiro de 2013, dizendo que “os Pastores da Igreja – a qual é ‘coluna e sustentáculo da verdade’ (1Tm 3,15) – têm o dever de alertar contra estas derivas tanto os fiéis católicos como qualquer pessoa de boa vontade e de razão reta”. Isso é o que, na condição de Bispo desta Diocese de Frederico Westphalen, faço com esta Nota Pastoral no cumprimento de um grave dever de consciência, diante de Deus, da Igreja e da sociedade em geral.
Também o Papa Francisco, na Audiência Geral de 15 de abril último, disse algo muito importante e pontual sobre o tema que estamos tratando. Falava ele: “Pergunto-me, por exemplo, se a chamada teoria do gênero não é expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela. Neste caso, corremos o risco de retroceder”.
“A eliminação da diferença, com efeito, é um problema, não uma solução. Para resolver seus problemas de relação, o homem e a mulher devem dialogar mais, escutando-se, conhecendo-se e amando-se mais”.
Em suma, tentar distorcer os planos divinos nunca leva o ser humano à maior felicidade; ao contrário, o conduz a não poucos e nem pequenos desatinos, conforme os que vemos hoje em quaisquer noticiários, frutos amargos da rejeição de Deus em seus santos desígnios de amor para conosco.

2. O direito e o dever do católico se manifestar
É certo que ao tomarem conhecimento desta Nota Pastoral, alguns poderão repetir um velho chavão muito usado quando lhes convém. É o seguinte: no Estado laico não há lugar para a fala da Igreja ou dos fiéis católicos. Ora, a esse pensamento seletista e excludente – que não é laico, mas laicista ou perseguidor da religião – o Compêndio da Doutrina Social da Igreja responde, em seu n. 572: “O princípio da laicidade comporta o respeito de toda confissão religiosa por parte do Estado, ‘que assegura o livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes. Numa sociedade pluralista, a laicidade é um lugar de comunicação entre as diferentes tradições espirituais e a nação’[3]”.
“Infelizmente permanecem ainda, inclusive nas sociedades democráticas, expressões de laicismo intolerante, que hostilizam qualquer forma de relevância política e cultural da fé, procurando desqualificar o empenho social e político dos cristãos, porque se reconhecem nas verdades ensinadas pela Igreja e obedecem ao dever moral de ser coerentes com a própria consciência; chega-se também e mais radicalmente a negar a própria ética natural.”
“Esta negação, que prospecta uma condição de anarquia moral cuja consequência é a prepotência do mais forte sobre o mais fraco, não pode ser acolhida por nenhuma forma legítima de pluralismo, porque mina as próprias bases da convivência humana. À luz deste estado de coisas, ‘a marginalização do Cristianismo não poderia ajudar ao projeto de uma sociedade futura e à concórdia entre os povos; seria, pelo contrário, uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização’” [4].
Portanto, argumentar que o Estado sendo laico não pode acolher a opinião das pessoas de fé e de boa vontade, é defender o laicismo mais agressivo e intolerante para com milhões de cidadãos consideradas por esses argumentadores como pessoas de segunda classe: serviriam para eleger seus representantes, mas não poderiam cobrar deles uma educação capaz de levar em conta a lei natural moral em um tempo no qual nossas crianças e adolescentes mais precisam de retas e sadias orientações.

3. Conclamação aos fiéis católicos e pessoas de boa vontade
Desejo, pois, com esta Nota Pastoral, conclamar a todos para, de modo respeitoso, mas firme, se oporem, à ideologia de gênero – tão contrária aos planos de Deus – a ameaçar as crianças e adolescentes de nossas escolas.
A Igreja não está e nem se posiciona contra as pessoas, mas tem o dever grave de orientar a todos sobre os riscos e perigos que afetam o ser humano, como filhos e filhas de Deus.
Cabe aos fiéis católicos, aos cristãos em geral e às pessoas de boa vontade alertar os parentes, amigos, vizinhos etc. a respeito dessa malévola doutrina exposta no item 1 desta Nota para que as muitas vozes contrárias à inserção da ideologia de gênero sejam ouvidas pelos ilustres representantes do povo e, consequentemente, excluída do PME (Plano Municipal de Educação) de nossos municípios.
Abençoo a todos com suas famílias desejando que São José, defensor da Sagrada Família de Nazaré, interceda por todos nós hoje e sempre.

  Frederico Westphalen, 01 de junho de 2015.

+Antônio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen






[1] D. Estevão Bettencourt, OSB. Pergunte e Responderemos n. 519, setembro de 2005, p. 392.
[2] Jorge Scala. Ideologia de gênero: o neototalitarismo e a morte da família, Katechesis/Artpress, 2011.
[3] JOÃO PAULO II, Discurso ao Corpo Diplomático (12 de Janeiro de 2004), 3: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 17 de Janeiro de 2004, p. 7.
[4] CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política (24 de Novembro de 2002), 6: Libreria Editrice Vaticana, Cidade do Vaticano 2002, p. 15.

Fonte: http://www.encontrocomobispo.org/2015/06/dom-antonio-carlosrossi-keller-pela.html

NOTA DE DOM PEDRO CARLOS CIPOLLÍNI A RESPEITO DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”

Na manhã do dia 29 de Maio, o Administrador Diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini, esteve reunido com o Colégio de Consultores para tratar de diversos assuntos da Diocese. Entre eles, o bispo apresentou um texto sobre a Ideologia de Gênero, de sua autoria, que foi aprovado por todos, para publicação como Orientação Oficial da Diocese de Amparo sobre o assunto. Abaixo segue o texto oficial.

Prezados irmãos e irmãs, cristãos católicos e pessoas de boa vontade:

Em nome de Jesus, quero me dirigir a todos os que se encontram de coração aberto para acolher uma palavra do Bispo a respeito da tentativa de inserção da chamada “ideologia de gênero” no Plano Municipal de Educação (PME), a ser votado até o final de junho, em cada um dos nossos municípios. Essa ideologia consiste, em sínteses, no seguinte: nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido.

Nesse contexto, deixaria de existir um homem e uma mulher definidos segundo a natureza para dar lugar a um ser humano sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico. Cada um escolheria seu sexo conforme seu querer. O plano do Criador estaria subvertido pela criatura a partir de nossas escolas, repetindo o episódio bíblico da torre de Babel no qual os homens querem desafiar a Deus colocando-se no seu lugar (cf. Gn 11,1-9).

Desejo, portanto, na condição de Pastor deste rebanho a mim confiado, exortar a todos os irmãos e irmãs na fé e pessoas de boa vontade em geral para que busquem, com empenho, se informar sobre a tramitação do assunto junto aos vereadores, representantes do povo, em suas respectivas cidades. Uma vez informados, manifestem a eles, de modo respeitoso e firme, a sua posição contrária a essa perigosíssima ideologia.

Afinal, como afirmei em minha Carta Pastoral (Amparo, 2012, 5.3), “a Igreja quer participar, qual fermento na massa, do crescimento e do progresso de nossa sociedade, impregnando-a do Evangelho, sendo sal e luz (Mt 5,14), porque Jesus assim o mandou. Porque tudo o que diz respeito aos seres humanos diz respeito à missão da Igreja; ela não pode abandonar o homem cuja sorte está unida a Cristo. O ser humano é ‘a via da Igreja’, como diz João Paulo II na Redemptor Hominis (n. 14)”.

Mais: A Igreja tem o direito e o dever de fazer ouvir a sua voz quando a sociedade se afasta da reta ordem natural. O Concílio Vaticano II declara que “é de justiça que a Igreja possa dar em qualquer momento e em toda parte o seu juízo moral, mesmo sobre matérias relativas à ordem política, quando assim o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (Gaudium et Spes, n. 76).

Portanto, só homens públicos impregnados de laicismo agressivo que desejam banir da sociedade a Lei de Deus, têm a atitude contraditória de buscar os votos dos eleitores na época das eleições e depois que ganham, votarem contra o sentimento desta mesma população, (note-se que: laicismo é algo bem diferente da laicidade que consiste na positiva separação e respeito àliberdade religiosa por parte do Estado). Não permitamos que a ordem natural seja subvertida por meio de conteúdos antinaturais ministrados em nossas escolas.

Peço, pois, que cada um daqueles a quem chegar esta minha comunicação se empenhe, em consciência, diante de Deus e do próximo, com o direito que lhe assiste enquanto cidadão brasileiro, no combate à ideologia de gênero de teor “diabólico”, como tem declarado o Papa Francisco.

Que o Senhor Jesus, pela intercessão de Nossa Senhora do Amparo, Padroeira de nossa Diocese, cubra você e toda a sua família, de bênçãos e graças divinas.

Dom Pedro Carlos Cipollini
Administrador Diocesano de Amparo.

Fonte: http://www.diocesedeamparo.org.br/registrodiverso.asp?id=1039#

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